Análise acerca da (in)constitucionalidade de utilização da infiltração de agentes policiais à luz do instituto da analogia
Keywords:
Infiltration. Police Officers. Criminal Law of the Enemy. Analogy. Investigation.Abstract
Objective: to analyze the constitutionality of the infiltration of police officers in the face-to-face and virtual scope. Methodology: this paper is analytical-descriptive research of a conceptual and exploratory approach, which uses the hypothetical-deductive method of approach to carry out a conceptual review of the Theory of Criminal Law of the Enemy, created by the German philosopher Günther Jakobs, relating it a with the normative limits of the infiltration of police agents, within the extensive interpretative conception, the received interpretation and the received application. Results: the use of infiltration by police agents, by analogy, to investigate crimes whose law does not expressly provide for requirements and norms authorizing its use, constitutes clear and manifest unconstitutionality, insofar as there is an affront to individual rights that aim to guarantee Dignity of the Human Person. Conclusion: it is necessary to broaden the debate about the criminal procedural mechanisms that challenge the rights and guarantees of those investigated, since indiscriminate violation of fundamental precepts cannot be allowed in case of analogical application of the infiltration of police agents in crimes that do not expressly provide for this form of obtaining evidence.
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